Funtoo Linux vs Gentoo Linux - Diferenças técnicas, estruturais e filosóficas

De Área31 Hackerspace

A origem do Gentoo Linux

A distro Gentoo Linux foi criada inicialmente por Daniel Robbins e se chamava Enoch Linux. O seu objetivo era criar uma distribuição sem binários pré-compilados que se adequasse ao hardware e só incluísse os programas necessários.

O Enoch só teve a versão 0.75 distribuída em dezembro de 1999. Depois Daniel Robbins e os outros colaboradores fizeram experimentos com uma alternativa do GCC conhecida como EGCS.

Foi aí que o Enoch foi renomeado para Gentoo Linux. Mais tarde, as modificações feitas no EGCS acabaram se tornando parte do GCC oficial (na versão 2.95) e as outras distros Linux também tiveram melhorias na sua velocidade.

Essa distro teve o seu nome baseado no pinguim-gentoo[1] que é conhecido por ser um nadador veloz, o pinguim mais rápido do mundo. O nome foi escolhido para representar as grandes melhorias na velocidade que a distribuição apresenta, graças à otimização específica que possibilita, voltada para cada máquina. Um dos maiores diferenciais da distribuição.

O seu gerenciador de pacotes, o Portage, foi criado para ser modular, portátil, flexível e de fácil manutenção.

O Gentoo Linux pode ser descrito como uma meta-distribuição graças à sua adaptabilidade. A maior parte dos seus usuários têm configurações e programas instalados de forma única, de acordo com sua máquina.[2]

Do início até o Gentoo 1.0+

Cronologia - Trabalho do Daniel Robbins no Gentoo: [3]

Abril, 1999
Daniel Robbins estava trabalhando no Enoch, e escreveu o código xpak .tbz2, que ainda está no Portage até os dias atuais.
18 de Maio, 1999
Primeira versão do Enoch, lançado, de acordo com o LWN.net. "Enoch é uma distribuição Linux avançada para a Arquitetura de PC x86, projetada para trazer sua experiência com o Linux para uma nova dimensão. Ou algo parecido." [4]
Agosto, 1999
"Meu novo Celeron moboon duplo não rodaria Linux"; Daniel Robbins foi para o FreeBSD, e Achim Gottinger continuou Enoch.
Final de 1999
Daniel Robbins voltou para o Enoch e mudou seu nome para Gentoo Linux (o nome "Gentoo" era a ideia de Bob Mutch), e começou a incorporar algumas ideias do FreeBSD no Enoch... Daí o Portage (como o conhecemos hoje) nasceu. "Um" PORTS para o Linux.
26 de Julho, 2000
Lançamento do Gentoo 1.0 "iminente", CVS online e rsync "em breve".
03 de Novembro, 2000
Lançamento do Gentoo 1.0 Release Candidate 2.
11 de Dezembro, 2000
Lançamento do Gentoo 1.0 Release Candidate 3.
14 de Agosto, 2001
Novo logotipo do Gentoo e lançamento do site oficial - criado pelo Daniel Robbins! Ainda em uso até os dias atuais! :)
31 de Março, 2002
Lançamento do Gentoo 1.0!!! [5]
10 de Maio, 2002
Gentoo listado como uma das 10 principais distribuições Linux na DistroWatch.
08 de Abril, 2002
Lançamento do Gentoo 1.1a :)
10 de Junho, 2002
Lançamento do Gentoo 1.2 :) [6]


A origem do Funtoo Linux

Cronologia - Trabalho do Daniel Robbins no Funtoo: [7]

Dezembro, 2007
Daniel Robbins começou a construir stages estáveis do Gentoo.
Dezembro, 2007
Daniel Robbins começou a construir os templates do Gentoo OpenVZ.
Julho, 2008
Daniel Robbins moveu os stages para o profile 2008.0.
Agosto, 2008
Daniel Robbins criou os primeiros stages "unstable" do Gentoo, o que exigiu modificações na árvore do Gentoo.
18 de Outubro, 2008
Lançada a primeira versão do Metro, Linux automated build engine.
04 de Novembro, 2008
Lançado o Metro 1.1.
15 de Dezembro, 2008
Lançado o Metro 1.2.
06 de Janeiro, 2009
Sunrise overlay foi fundido com o Funtoo.
08 de Janeiro, 2009
Suporte Git integrado ao Portage.
30 de Janeiro, 2009
Perl 5.10 integrado ao Funtoo.
01 de Fevereiro, 2010
Sunrise removido do Funtoo.
25 de Agosto, 2010
Perl 5.12 estabilizado no Funtoo.
27 de Abril, 2015
Criada a ferramenta ego, a ferramenta que substituiu o eselect, mudanças no vim defaults e no Funtoo. [8]
12 de Outubro, 2015
Transição para a maioria das árvores, GNOME 3.16, shards.
27 de Março, 2017
Ports-2017 renomeado para meta-repo, nova árvore do Portage utilizando os novos Kits, fruto da reunião de hackers em Lviv, na Ucrânia. [9]
31 de Julho, 2017
Ports-2012 deixou de receber atualizações, todos os usuários migraram para os Kits [10]



Diferenças técnicas

O Gentoo é uma distribuição Linux versátil e rápida, totalmente gratuita, voltada para desenvolvedores e profissionais de rede. Ao contrário de outras distros, o Gentoo possui um avançado sistema gerenciador de pacotes chamado Portage. O Portage é um verdadeiro sistema PORTS na tradição do PORTS dos BSD's, mas foi escrito usando a linguagem de programação Python e possui uma série de recursos avançados, incluindo dependências, gerenciamento de pacotes (ebuilds) refinado, instalações "fake" (estilo OpenBSD), exclusão segura, perfis de sistema, pacotes virtuais, gerenciamento de arquivos de configuração e outras ferramentas interessantes.

O Funtoo possui tudo que o Gentoo possui, e muito mais. O Funtoo Linux não é simplesmente "baseado" ou uma "variante" do Gentoo Linux. O Funtoo é um FORK do Gentoo, criado e mantido por Daniel Robbins, ex-líder e também criador do Gentoo.

Diferentemente do Gentoo Foundation, que é uma comunidade democrática (sic), o Funtoo Linux possui um líder de projeto, o próprio Daniel Robbins, e uma equipe central de desenvolvedores, que tem a missão constante de propiciar melhorias nas principais tecnologias do Gentoo. O Funtoo possui suporte UTF-8 nativo habilitado por padrão, uma árvore do Portage própria baseada em Git e Overlay, chamados de Kits, possui um Portage aprimorado com árvore de mini-manifesto mais compacta, importações automatizadas de novas alterações do Gentoo a cada 12 horas, suporte à boot GPT/GUID e configuração de boot simplificada, usando a ferramenta ego boot update, configuração de rede aprimorada, stages oficiais constantemente atualizados e estáveis - todos construídos usando a ferramenta de construção Metro, tecnologia Funtoo, que é diferente do Catalyst, a ferramenta de engenharia para geração dos stages oficiais do Gentoo. [11]

O Portage do Funtoo trabalha de maneira muito diferente do Gentoo, pois não possui uma árvore única e centralizada (/usr/portage), mas sim um conjunto muito mais sofisticado de overlay, chamado de Kits. [12] [13]


Referências:

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